Aos pés de um coqueiro,
tal imagem parecia inofensiva.
Eram só alguns cerros e colinas,
meios às nuvens numa tarde de verão.
Tudo certo, sem surpresas, vejo então,
uma imagem distorcida.
Uma sensação de liberdade,
uma liberdade proibida.
Essas coisas simples são perigosas,
nos rodeiam, nos questionam.
Nossa vida é uma perfeita mentira,
para alguns, envolvente e sedutora.
O que se quer é limitado
pelo que se pode a vida toda.
E as imagens prosseguem,
dando murros violentos no portão.
Tag: Poema
Cadê
Por onde anda a igualdade?
Na esquina com a liberdade?
Ou na travessa com a franqueza?
Será que encontrou a gentileza?
Cadê a honestidade?
Visitou a sinceridade?
Será que se amigou da tolerância
para o alívio da prudência?
Onde andará o amor?
De mãos dadas com a dor?
Ou com a bela esperança?
Que quer se vir livre da matança.
Cadê a compaixão?
Saiu com a paixão?
Dormiu na casa da arrogância?
Irmã da ignorância?
E a humildade?
Está com a falsidade?
Que é amiga da violência?
Inimiga da vivência?
E a união?...
E o resto?...
Cadê?
Cadê?
Folhas Caducas
A cada golpe de frio,
vejo as folhas amarelarem.
Retorcidas enfraquecem, caem,
adubam a terra.
Dispam-se as árvores!
O frio está chegando.
As aves enfeitam as árvores
que viram as noivas desnudas
nas tardes de maio.
Dispam-se as árvores!
Para o frio sulino.
Os ventos varrem as folhas
quebrantas de tantas plantas
mundo a fora.
Dispam-se as árvores!
As folhas caíram e despidas,
as árvores parecem encolher de frio.
Aguentem, pois tudo que começa,
termina de um jeito alucinante.